(Post importado. Data: 18/05/2008)
Saudações,
Tenho visto em sites e blogs que muitos escritores chegam a um momento que formam uma opinião sobre sua missão, a ideologia por trás de seu trabalho. Bem, achei que seria uma boa idéia expressar minha opinião a respeito do assunto.
Existem autores que procuram a “mina de ouro” encontrada por J.K.Rowling (Harry Potter) e tantos outros autores de sucesso. Em sua maioria são autores iniciantes, bem otimistas, cheios de esperança e que ainda não fizeram um bom estudo sobre venda de livros e lucros de autores (Uma nota importante: Estou restringindo os comentários ao cenário nacional e expresso somente meu ponto de vista). Existe sim, esta possibilidade, mas é para pouquíssimos.
Temos também aqueles que sonham em ter sua história publicada, exposta em uma bela prateleira na Siciliano, na Saraiva, FNAC e nos maiores sites de venda do país.
Bem, devo dizer que os dois itens acima são desejados por qualquer escritor. Dinheiro e reconhecimento são expectativas básicas em qualquer profissão existente.
Mas também acredito que a nossa escolha de sermos escritores, traz algo mais. Um amigo meu não cansa de repetir a frase de um livro infantil: “Tu és eternamente responsável por aquilo que cativas” (retirada do livro O Pequeno Príncipe, de Exupéry). E acredito piamente que isto se aplique a qualquer forma de criação que leve formas de pensamentos, fantasiosas ou não, a um público. Os melhores exemplos disto são a música e a literatura. Porém, vamos nos ater somente à escrita.
Nesta forma de comunicação, levamos ao leitor uma mensagem, um sentimento. O leitor é então modelado em sua alma durante a leitura e “sintonizado” exatamente na emoção que o autor deseja reproduzir. Temos a capacidade de fazer o leitor sofrer, temer, amar ou sorrir, levando a ele as emoções que escolhermos. E permito-me ir além e dizer que este sentimento perdura por um tempo após o livro ser fechado. O leitor estará então com o humor renovado, ou adiará ao máximo antes de apagar a luz, ou ainda, se sentirá mais incomodado ao ver uma cena cruel na TV.
Parece um poder e tanto não é? Talvez, para dar emoção a este texto, eu esteja exagerando. Talvez, se você é um leitor, já tenha identificado nestas linhas o que nós, escritores, podemos fazer.
Neste momento, volto ao tema. Providos de tal poder, qual seria a nossa missão? Eu gosto de acreditar que nosso dom em transmitir emoções por meras folhas de papel ou monitores de computador serve para ensinar lições e auxiliar no desenvolvimento do próximo. Isto é possível. Através de nossas mãos é possível alegrar uma pessoa deprimida, ou levar esperança a alguém desanimado, conscientizar o indiferente.
Se o escritor tem uma missão, ela é essa, senhores. Seja no estilo que for. Melhorar o mundo de alguma forma, leitor por leitor, palavra por palavra. Pensem nisso ao escreverem, cumpram suas missões e façam por merecer seus dons. Pois vocês são responsáveis pelos que cativam…
Grande Abraço,
Leandro Reis
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